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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Correr: o exercício, a cidade e o desafio da maratona
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-438-0351-7
Editora: Companhia das Letras
Em uma tarde de dezembro de 1992, Drauzio Varella caminhava pelo centro da cidade de São Paulo quando encontrou um antigo colega de escola, que não via há muito tempo. Eles tiveram uma conversa curta, protocolar, sobre os velhos tempos. No fim da conversa, Drauzio revelou sua idade, 49 anos.
Então, o ex-colega disse: “ano que vem, 50, idade em que começa a decadência do homem”. Isso despertou em Drauzio a vontade de provar que aquele homem estava errado. Ele tinha perspectivas e planos. Recusou-se a “começar a decadência”. Em vez disso, traçou o ambicioso plano de virar um maratonista.
Decidiu que, no ano seguinte, correria a maratona de Nova York. Eram 42 quilômetros. Ele começou a preparação no início de 1993. A maratona aconteceria em novembro. No início, Drauzio não sabia o que estava fazendo. Tinha corrido poucas vezes na vida. No entanto, ele se dedicou aos treinos e foi, aos poucos, pegando o jeito.
Nos primeiros treinos, Drauzio tinha resultados modestos. No entanto, dedicou-se quase todos os dias. Isso fez com que, em três meses, já conseguisse completar 15 quilômetros. Em maio de 1993, no dia em que fez 50 anos, completou, pela primeira vez, 24 quilômetros.
A corrida era uma prática incomum no Brasil. Por isso, as pessoas nas ruas riam de Drauzio, enquanto sua família tentava dissuadi-lo de correr a maratona. Ainda assim, o médico insistiu. Em novembro de 1993, foi para Nova York participar do evento. A rotina de treinos deu resultado. Ele conseguiu correr tranquilamente até o quilômetro 35.
A partir daí, o desafio ficou mais exigente fisicamente. Drauzio diminuiu a velocidade e começou a lidar com fadiga na panturrilha. Os últimos quilômetros foram extremamente exaustivos. Ainda assim, conseguiu completar a prova. Ao fim, sentiu-se feliz, em paz e em harmonia com o mundo. A decadência estava longe de começar.
Levantar cedo da cama para treinar nunca deixou de ser um tormento para Drauzio. Para ele, não há nada mais sofrido do que abandonar uma cama quente para fazer esforço físico. É só depois do primeiro quilômetro que o exercício fica suportável. O bem-estar da atividade só vem depois, ao fim da corrida.
Drauzio desconfia de todos que dizem acordar dispostos para o exercício. Isso porque a prática vai contra a natureza humana. Nenhum animal desperdiça energia de propósito. Não vemos uma girafa dando um pique no zoológico para perder a barriga.
Na natureza, os animais só se movimentam para reproduzir, buscar comida ou fugir de predadores. Na falta desses três estímulos, eles repousam para economizar energia. A seleção natural privilegiou os seres que melhor sabiam preservar as calorias dos poucos alimentos disponíveis. Na hora dos exercícios, o peso dos milhares de anos de evolução cai sobre nós.
O esforço no treinamento traz estresse às articulações. Cada passada leva a um impacto de duas a três vezes o peso do corpo. Isso faz com que os maratonistas limitem a quantidade de quilômetros que correm nos meses que antecedem a corrida. Eles acreditam que correm o risco de lesão ao exagerar na dose.
No entanto, Drauzio conta que a ideia não tem fundamento. O que parece acontecer é o contrário. Quanto mais corremos, mais protegidos ficamos. Corredores de elite correm muitos quilômetros antes das provas e raramente se lesionam. Para Drauzio, a regra para evitar lesões é simples.
Se doer, reduza a velocidade. Caso a dor não passe, pare imediatamente. Se não sentir nada, pode continuar. Mesmo a difundida ideia de que correr desgasta os joelhos já é contrariada por evidências científicas. As pesquisas mostram que correr não eleva o risco de artrite, mesmo em pessoas mais velhas.
Ainda há o mito de que maratonas são atividades arriscadas que podem levar à morte súbita. As pesquisas contradizem essa visão. Milhares de pessoas disputam maratonas no mundo e os incidentes graves são quase inexistentes. Nos raríssimos casos em que alguém morre em uma maratona, há grande repercussão no noticiário, trazendo a ideia errada às pessoas.
Temos dificuldade para aceitar que a vida pode acabar aleatoriamente. Somos obcecados por justificar o fim. Por isso, procuramos uma explicação qualquer, como “ele bebia”, “ela tinha desgosto pela vida” ou “ele fazia uma atividade física arriscada”. Esse tipo de explicação traz a impressão de que estamos protegidos da arbitrariedade da morte.
Correr não é um esporte mais arriscado do que os outros. Sim, há maratonistas que precisam passar por algum atendimento médico. Mas também há jogadores de futebol, tenistas e adeptos do vôlei que passam pelo mesmo. Qualquer prática competitiva tem seus riscos.
A corrida é uma competição do atleta consigo mesmo. Seu desafio é achar a velocidade que faça com que termine a prova com o menor sofrimento possível. É o confronto entre a intenção de vencer e a resistência do corpo. Maratonas não são provas de velocidade, mas de estratégia.
São feitas para bons planejadores, pessoas boas para comparar a energia que gastou com a que resta para chegar ao fim. A prova exige de todas as pessoas a mesma capacidade de análise. Cada um, do primeiro ao último, testará até onde suas forças chegam.
Um pequeno erro de cálculo de velocidade no começo pode levar à exaustão paralisante e à desistência na metade da prova. O grande desafio é cadenciar o passo. Precisamos levar em conta não a energia do momento, mas a que ainda restará quando estivermos no quilômetro 38.
Já passamos da metade do microbook e o autor fala dos problemas da vida sedentária. Há vários estudos que a associam a um risco de morte precoce. Pessoas fisicamente inativas também têm um IMC e circunferência abdominal maiores. Por isso, não fazer exercícios físicos é um fator de risco em si mesmo.
Mesmo entre pessoas com o IMC no patamar da obesidade, a atividade física reduz o risco de mortalidade. Não é preciso correr 42 quilômetros para ter o benefício. Se você anda durante 30 minutos por dia, três vezes por semana, já leva essa vantagem.
O maior benefício não vem dos atletas. Pessoas inativas e moderadamente ativas são as que têm o maior ganho. Isso significa que abandonar o sedentarismo, mesmo que de forma modesta com uma atividade física leve, leva a um ganho enorme em saúde e qualidade de vida.
Para Drauzio, as pessoas são fruto do impacto mental causado pelo que fizeram e pelo que deixaram de fazer. Também são consequência das coisas que lembram e das que esqueceram. As maratonas levaram Drauzio ao período mais feliz e produtivo de sua vida.
Ele sente que sua vida ganhou outro sentido desde que largou o cigarro e começou a correr. Sua vida de maratonista também acompanhou o auge de sua carreira como médico e divulgador científico. Drauzio ocupou sua rotina ao limite. Ele começou a escrever para a Folha de S. Paulo, a conduzir séries educativas no Fantástico, da rede Globo, e a participar de campanhas na Rádio Rock.
Ainda cuidava de pacientes com câncer e tinha que encontrar espaços na agenda para ficar com a família. O que salvou Drauzio da ansiedade da rotina foi a corrida. Ele só teve equilíbrio, disciplina e paz de espírito para lidar com as exigências porque desenvolveu todas essas habilidades como maratonista.
Não é preciso correr 42 quilômetros para ter benefícios. Só trinta minutos por dia de caminhada já bastam. Ainda assim, Drauzio insiste na prática. Para ele, correr é um caminho sem volta. Quem descobre a euforia e o bem-estar da corrida não se contenta em só caminhar.
É o que faz a nostalgia tão forte de maratonistas que abandonaram a carreira por alguma razão. A prática é engrandecedora. Ninguém improvisa 42 quilômetros. Drauzio conta que, para correr tanto, precisa de disciplina para acordar cedo, sair da cama e se dedicar.
Isso o protege das doenças crônicas da terceira idade. Afinal, mudar o estilo de vida de um sedentário é um dos desafios mais inglórios da medicina. Sem a corrida, Drauzio entraria na estressante rotina de compromissos sem uma válvula de escape. A endorfina no cérebro é também uma fuga, um lugar em que o médico se sente livre e despreocupado.
Mudar o estilo de vida não é fácil. Quando Drauzio vê um fumante perder o fôlego porque subiu dois lances de escada ou uma senhora sedentária com risco de desenvolver diabetes, sente como se fosse uma premonição. Quer alertar essas pessoas de que elas correm risco de vida.
Em um rosto vermelho-azulado, típico de um fumante, Drauzio vê um possível infarto. No excesso de gordura abdominal de uma pessoa qualquer, ele vê uma possível obstrução de artérias. O médico conta que ele pode até soar exagerado, mas a função de um profissional de medicina é alertar.
No passado, os médicos viviam em contato com as pessoas. Ao passarem pela praça da cidade, recomendavam que a mãe protegesse seu filho contra o sol e que a criança lavasse as mãos antes de comer doce. Com o crescimento das cidades, essa relação essencial se perdeu. Por isso, Drauzio alerta onde pode.
Drauzio conta que, durante as corridas, ele pensa em tudo e em nada. Nem sempre vem à tona o que cruzou sua mente durante a atividade. O pensamento do corredor é uma ave inquieta que voa de galho em galho. Isso também é útil para vencer desafios criativos.
Quando vai produzir algum conteúdo para a TV ou a internet, a corrida ajuda. Várias frases de Drauzio que foram faladas no Fantástico surgiram enquanto ele estava correndo. Por isso, ele acredita que correr é a liberdade suprema. É como voltar a ser criança. Drauzio também faz um trabalho de atendimento nas cadeias de São Paulo.
Lá, ele conheceu os dramas e dificuldades da parcela da população que a sociedade vê como escória. Ao conhecer pessoas que vivem em celas pequenas, dormindo em folhas de papelão, ele passou a valorizar ainda mais o significado da palavra “liberdade” e a sensação de estar solto enquanto corre.
O corpo foi feito para se mexer. Sua diferença para outras máquinas é que, diferentemente de um carro ou avião, a máquina humana não se desgasta com a movimentação. Só se aprimora. Isso vale do um aos noventa anos de idade. Ainda assim, envelheceremos. Isso é inevitável.
No entanto, isso não é sinônimo de limitações, decadência e solidão. Aos 72 anos, idade em que escreveu o livro, Drauzio não era fisicamente ativo, tinha um IMC saudável e nenhuma doença crônica. O medo de envelhecer é um fenômeno contemporâneo. Nossos ancestrais não se importavam com isso porque sequer tinham expectativa de chegar lá.
A morte era muito precoce. Para Drauzio, envelhecer não é problema. A consciência de que não há muitos anos pela frente lhe faz não desperdiçar o tempo com futilidades e concentrar-se na procura do essencial, das coisas que lhe deixam mais feliz.
Correr é um alerta contra o sedentarismo e um relato de como um esporte pode ajudar a fazer uma pessoa mais feliz. A corrida esteve presente na vida de Drauzio e é um norteador de sua história.
A busca por sair do sedentarismo e aprimorar o próprio corpo também é ilustrada por David Goggins. Em “Nada pode me ferir”, ele mostra o caminho que trilhou para sair da obesidade e se tornar um Navy Seal, ultramaratonista e triatleta. Confira no 12 min!
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Drauzio Varella é maratonista há mais de 30 anos. É também médico cancerologista e foi diretor de imunologia do Hospital do Câncer. Foi pioneiro no tratamento da AIDS no país. Ganhou o prêmio Jabu... (Leia mais)
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